Poesias

segunda-feira, 2 de abril de 2012

In Vento

 In Vento
                                                                   Para Bertie, um libriano.
 
Das coisas da natureza,
o que mais compreendo é o vento.
O vento me arrasta, me transpassa,
me deixa nua se assim quiser.
E quando bem quer
me enche de areia os olhos.
Choro. Lágrimas pagãs são gastas por nada.
Ai, vento!
É relevante que eu nada invente.
É brisa, é morno, é arrojado.
É vendaval, é ventania.
Fugaz ou lento,
se faz de inocente sopro
e eu pequena me dobro.
Enche de sons os ouvidos e
vira qualquer mar do avesso.
- Quem não temeria?
Tão travesso é o vento.
- Então, não sabem?
Nada a sua vontade escapa:
carvalho, cabelos, folhas,
chapéu coco, chuva, sono.
O vento é livre,
o vento é dono de si
e nele, eu me abandono.


Marianne Lee


Nenhum comentário:

Postar um comentário