Poesias

sábado, 14 de maio de 2011

Metamestre

Gosto pelas letras – O sabor das palavras.
Uma pedra é que começa sua jornada.
Se a pálpebra oscila e o coração arde,
tem pela frente a imensidão da tarde.
Anda pensante, a mão quer a pena;
vai diletante e com um sorriso acena.
Ossos do ofício de uma escrita plena.

Bem, não duvidem do que aqui escrevo,
enquanto conto nos fadados dedos
rascunhos feitos e depois rasgados;
nada concisos, ao mestre ofertados.
Assim cogito, e no entanto lá fora,
risos me dizem que ele passa agora.
Dons não faltam em seu olhar sisudo;
onde é Quixote também é Casmurro.

Gosto pelas letras – O sabor das palavras.
A prosa e a poesia seguem ritmadas,
lugares novos em sua densa escrita;
vultos, silêncios? - Não, tudo ali grita!
Assim sabemos não ser absurdo:
onde é Quixote também é Casmurro.
 
Kafka esculpiu no papel Samsa,
ritmo difuso em obscura dança,
ao mundo deu este disforme humano.
Uns seguem mitos e outros os poetas,  
seguimos Krause e sua ousada meta:
- Então, duvidem de quem seja o plano!

Marianne Lee

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