"Lua barco de vapor
Incenso,tosse,dissabor
Lua nua como eu
Tripa grita ao mar Egeu
Espanto é canto na poesia
Estrela pia de harmonia
Evoque,suplico,silêncio sacro
Livre espaço-avante barco!
Colcha à gotas,doce fel
Meu refúgio aranha-céu
Louca comunhão de isso
Semeada com silício
Paz rebelde,paz amada
Só mais um minuto ao nada
Minha capa é minha pele
Escama que desprende e ferve
Meus olhos agoniados
Canalizam a velhos magos
Metonímia e metáfora
Suspiros quentes de diáspora
Varredura de tristeza
Carinhos-pinhos à milanesa
Sombra segura e passageira
Degustada com cereja
Não traia que te deseja
Mas a imortalidade,sereia
Foge ,mata e bloqueia
Não,saudade é migalha
Recheada de navalha
Sentinelas sentimentais
Portões tartáricos fatais.
Hoje sou eu a fumaça
A manhã,porém, renasça
Eu,nutrida, nobre solidão
Desabrocho veludo-botão
Flor negra e sublime
Esculpida de vime
À procura da Beleza
Carne nunca posta em mesa."
Marcella Carvalho
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