Alma cadela desse mundo cão.
Infame cadela, infeliz profana
que só traz consigo o desprezo e a fama
por habitar em meio à solidão.
Onde reina a cobiça – O ódio impera
e a devassidão ociosa gera
um mal superior a este chão.
Onde a inveja – odienta bela
está em cada olhar e somente nela
aspiram-se esperanças, olhares vãos.
Embebida no álcool e na vil maconha;
dormente, quieta, mas causa medonha
de uma invalidez presente ou não.
Mundo do dinheiro que é infiel amigo.
Que hoje em tua mão está contigo
e amanhã é senão recordação.
Mundo estrangulado pela violência;
em cada porta e esquina. – A demência
em cada gesto vago, nunca são.
A morte tua amiga e triste fã
nem sequer a luz do amanhã
teus olhos miram na escuridão.
Vasta mente seca de feliz quimera
corpo desprovido de uma imagem bela;
no rosto perdido, na pendente mão.
Onde a criança pequenina vida,
frágil cópia de uma nação vencida
é um ser sem futuro e realização.
Onde a mãe-terra é contaminada,
sofrendo agressões e sendo maltratada
por homens carentes de amor-criação.
As ruas fedidas da incoerência
são causas primordiais de nossas carências:
Carência de Deus, carência de pão.
E assim esperando um momento vão
em que o céu ti chame deste nosso inferno;
vagarás feliz com asas de anjo eterno.
Alma cadela desse mundo cão.
Marianne Lee
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