Poesias

domingo, 17 de abril de 2011

Fuga

Eu fui procurar sossego
por entre a relva macia,
como um animal banido
só quis sentar-me vadia;
a brincar com as falenas
e me erguer assustada,
pensar ter ouvido algo
e não ter certeza de nada.

Correr, tropeçar, cair
e não me machucar?
– Talvez.
A vida que é minha agora
não foi a vida que eu quis.
Só quero por entre rosas,
entre as palmeiras crescidas
no meio das castanholas,
por entre as águas saídas
de uma bela cachoeira
molhar-me e esquecer a vida.

A vida que eu não quis
e que não me fez feliz.
E a noite ainda na mata
qual a coruja esperta,
olhar vigiando os cantos
com o corpo sempre alerta.

Armar a minha barraca
onde a brisa fresca é.
Talvez bem dentro do bosque
ou em cima de um sopé.
Tornar os meus olhos verdes
só em contemplar a mata
e dormir sem sono algum
dentro da minha barraca.
Pra me defender do vento.
pra me proteger da chuva,
igual a um animalzinho
que é como gente miúda.

E onde a visão não alcança,
ver colhida a esperança
e talvez tornar feliz,
a vida que eu não quis.

Marianne lee

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