Poesias

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Drama

Como o pó do velho móvel
alastra-se por velha casa;
meu peito, pássaro sem asa
alastra-se na solidão:
Deste olhar imóvel,
deste meio tempo,
neste mesmo vento,
neste mesmo vão.

Como a noite enevoada
suga a metade da rua;
o meu peito suga nua,
a queixa febril do canto:
Que se exala do nada,
que se faz da noite,
que se julga afoito,
sendo santo.

Marianne Lee

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