Como o pó do velho móvel
alastra-se por velha casa;
meu peito, pássaro sem asa
alastra-se na solidão:
Deste olhar imóvel,
deste meio tempo,
neste mesmo vento,
neste mesmo vão.
Como a noite enevoada
suga a metade da rua;
o meu peito suga nua,
a queixa febril do canto:
Que se exala do nada,
que se faz da noite,
que se julga afoito,
sendo santo.
Marianne Lee
Nenhum comentário:
Postar um comentário