Poesias

quarta-feira, 29 de abril de 2020

pandemia e alegria estão fora de lugar

2020
março e abril
janelas abertas
portas trancadas
vizinhos escusos
escuras manhãs
de inverno outonal
ideal? Não.
uma pandemia nos assaltou
embora todos se abismem
há os que fogem ás regras do jogo
de vida e morte
sem escolhas
sem demora
o vírus devora a vida
incansavelmente
vimos na China o choro de todas as mães
depois Roma onde um Papa sozinho caminha e ora
praça inundada de silêncio. Sepulcral. O horror!
E mais cidades, cidades,  sitiadas em si.
Guerreiros de luz incansáveis
mãos em luvas e máscaras cortando o rosto
marcando incontaveis horas sem sono,
 debruçados sobre corpos
entre a vida e a morte
Entre a VIDA e a morte
coisa alguma sabemos com certeza
É letal, parece inofensiva idéia
coisa banal
Chega em lugares improváveis
sem pedir licença , retira ali, a voz, o olhar, o corpo
e leva embora sem ar. sem ar.
Deus nas orações, confiamos que se vá tão logo. Tão logo.
as ruas estão vazias, sozinhas, se passos. (...)

em casa, a gente se acostuma, aos poucos. o lugar que comemos e dormimos, mas nunca antes, tão vivenciado. tão microscópico.
e a gente se vê bem de perto..




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