Poesias

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Outro cavaleiro

Seo Josino levanta cedo com o sol
pega o seu melhor cavalo - Bâchero.
E vai em busca do matagal, da roça.
Peitando em pau, pedra e cobra surucucu.
Volteia por tudo lá.
Olha o milho, mexe no feijão
que começa a florir,
nas vagens de fava ainda verdes.
Olha o arrozal e perde o olhar
naquele mundão de roça.

O matinho embirra de nascer,
rasteiro e teimoso como só ele.
O Seo Josino pega a enxada,
mais parecendo um cavaleiro medieval
em sua armadura de suor e raça.
E qual uma lança, ele mete a enxada
no peito do inimigo. Eita matinho danado!
O inimigo morre aos pouquinhos, devagar
em meio à multidão que os assiste:
O sol a pino, a passarada, a plantação.

À tardinha, forte e firme,
ele pega o Baio – brinca.
Passa a perna e vai pro rancho
do outro lado do rio.
Deixando atrás de si a poeira,
um belo pôr-do-sol e o roçado.
Vai a galopes o bâchero,
amigo velho de muitas paradas.
Por cima de pau, pedra e cobra surucucu.
O cavaleiro da roça realiza mais um dia
de luta e glória.


Marianne Lee

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