Poesias

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Zen

Quando me adentrei na mata
a doce noite surgia;
a lua num vale ao longe,
no vale do céu, nascia.

O silêncio se sentia
em cada folha quieta.
Na cachoeira o murmúrio
das águas por entre as pedras.
O sol que se pôs belo
por detrás dos manguezais,
no seu rosa, azul, dourado,
falava à vista demais.

Mas, agora tudo noite
sem ter pra onde fugir.
Os passos presos as folhas
secas de Camaçari.
Eu ouvia embevecido
a canção da natureza,
ora cego, ora perdido
em meio tanta beleza.

Eis que escuto as rolinhas
tramarem silenciosas,
que uma e depois as outras
iriam assustar as rosas.
Continuei caminhando
absorvendo o lugar
o olhar solto, rendido;
como um sonho se o sonhar

Marianne Lee

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